segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ATA DA REUNIÃO PARA ARTICULAÇÃO DA REDE CEARENSE DE MUSEUS COMUNITÁRIOS

NO DIÁRIO DE BORDO QUE PUBLICAMOS POR ÚLTIMO, RELATAMOS NOSSA EXPERIÊNCIA NA REUNIÃO PARA A ARTICULAÇÃO DA REDE CEARENSE DE MUSEUS.
RECEBEMOS HOJE A ATA DA REFERIDA REUNIÃO, ENVIADA POR JOÃO PAULO GOMES, POR E-MAIL E AQUI A PUBLICAMOS



Movimentos sociais, representantes de museus e comunidades atenderam à convocatória lançada no dia 11 de outubro, e se reuniram no dia 21 de outubro de 2011, no auditório do Museu do Ceará, em Fortaleza, para discutirem a criação da Rede Cearense de Museus Comunitários. Foram mais de quarenta pessoas, representando cerca de trinta entidades e comunidades, entre indígenas, assentados, pescadores, profissionais e ambientalistas. Discutimos as diversificadas e ricas experiências na criação, gestão e dos desafios do exercício museológico sócio-comunitário. O encontro iniciou-se pouco depois de 14hs, com a seguinte pauta: 1. Apresentação dos presentes, com relato de experiências com a museologia social; 2. Apresentação da proposta de criação da Rede Cearense de Museus Comunitários; 3. Debate sobre a proposta; 4. Apresentação e discussão sobre os editais do Ibram, com ênfase no Prêmio Pontos de Memória; 5. Encaminhamentos.
Iniciaram as atividades com as apresentações dos presentes, seguida da apresentação proposta de criação da Rede Cearense de Museus Comunitários, pelos integrantes do Projeto Historiando (Alexandre Gomes e João Paulo Vieira). O debate ocorreu posteriormente, com ampla participação dos presentes: indivíduos de várias regiões do estado do Ceará (Cariri, Litoral Leste e Oeste, Acaraú, serra de Baturité, metropolitana, sertão-central e dos Inhamuns), pertencentes a grupos sociais e étnicos distintos. Dentre as várias questões debatidas, ressaltamos a discussão sobre os desafios e importância de articulação e comunicação entre os integrantes da Rede, em torno do qual se relacionaram vários outros assuntos. É importante salientar que grande parte das comunidades e indivíduos envolvidos nesta reunião, já possuem ampla experiência de mobilização comunitária, dentro dos quais a criação de museus e de processos de musealização surgiram, de algum modo, articulados com a organização local.

Entre os demais assuntos discutidos, destacamos: políticas públicas, editais, comissão de organização, comissões regionais, com caráter descentralizado e auto-organizado; a necessidade de criar canais de comunicação, tanto impressos quanto digitais; a necessidade de escolher um representante da Rede para participar da II Jornada de Formação em Museologia Comunitária (30/10 e 03 / 11, em Santa Maria – RS), para a qual a plenária propôs o nome de João Paulo (Projeto Historiando); necessidade de troca de experiências, para que o grupo construa um sentimento de pertencimento coletivo, para que se conheçam mais; necessidade de discutir as categorias de museus participantes (museus indígenas, ecomuseus, museus comunitários, processos de musealização e museus de território); os acervos arqueológicos sob a guarda destes museus; realizar um encontro da Rede em alguma comunidade; criar visibilidade para estes museus e audiências públicas para discutir o setor museal nas esferas políticas; viabilizar ações museológicas nas comunidades, para qualificar grupos e ações, entre outros. Após isso, finalizamos com a apresentação e discussão dos editais do Ibram, principalmente o Prêmio Pontos de Memória 2011, pouco depois de 18hs.
Assim, foi consensual a criação de uma articulação à nível estadual das iniciativas presentes nesta reunião. O objetivo da Rede Cearense de Museus Comunitários será o de compartilhar experiências, fomentar a cooperação, divulgação e o fortalecimento conjunto de seus integrantes, atuando de forma descentralizada e garantindo a autonomia de seus participantes, a partir da articulação de ações, projetos e programas interinstitucionais. Essa organização possibilitará uma maior visibilidade para nossas demandas e potencializará nosso poder de pressão, proposição e reivindicação junto aos poderes públicos, para a formulação de políticas públicas que reconheçam e assegurem a função social dos museus comunitários. Com o objetivo de concretizar está finalidade, foi formada uma comissão de articulação, com os seguintes membros:
• Região metropolitana: Tiago Schead (Associação dos Moradores do Titanzinho), João Paulo Vieira (Projeto Historiando e Museu do Ceará); Jade (Ecomuseu de Maranguape), Rusty Sá (Ecomuseu Natural do Mangue da Sabiaguaba), Ilza Granjeiro (Museu de Miniaturas);
• Vale do Acaraú: Leandro (Santana do Acaraú);
• Litoral Oeste: Valneide (Comunidade Caetanos de Cima);
• Litoral Leste: Representante da Prainha do Canto Verde (a escolher).
Encaminhamentos:
1. A construção de um site pelo projeto Titanzinho Digital (a comissão de articulação irá pensar a estrutura do site);
2. Criação de uma lista de e-mails para melhorar a comunicação entre os participantes da Rede;
3. Envio de uma carta/oficio a SECULT, solicitando passagens para um representante da Rede na II Jornada de Formação em Museologia Comunitária em Santa Maria/RS;
4. Participação na organização do IV Fórum Estadual de Museus do Ceará, como Rede Cearense de Museus Comunitários;
5. Buscar enviar o máximo de projetos para o edital Pontos de Memória;
6. Próximo encontro: dia 9 de dezembro de 2011, às 14hs no Museu do Ceará;
Ata redigida no dia 27 e outubro de 2001, por Alexandre Oliveira Gomes.

Lista de pessoas, comunidades e entidades participantes:

NOME COMUNIDADE / INSTITUIÇÃO

1. João Paulo Vieira
Projeto Historiando – Museu do Ceará

2. Alexandre Gomes
Projeto Historiando – DAM-UFPE

3. Francisca Marciane W. De Menezes
Tapeba – Memorial Cacique Pena de Pau

4. Rosa da Silva Sousa
Pitaguary – Coypym

5. Margaret Malfliet
Oca da Memória Tabajara – Kalabaça

6. Valneide Ferreira de Sousa
Caetanos de cima e Rede TUCUM

7. Rayane Cristina de Sousa
Caetanos de Cima

8. Jade Nocrato de Oliveira
Ecomuseu de Maranguape

9. Paulo Emílio R. Rocha
Projeto Enxame – Mucuripe

10. Raimunda Gomes Marinho Sampaio
Indígena de Poranga – Oca da Memória

11. Lígia Holanda
ONG Caldeirão

12. Agnelo Queirós
ONG Caldeirão

13. Nádia Almeida
Ecomuseu de Maranguape

14. Leinad Carbogim
Fundação Brasil Cidadão

15. Ilza Granjeiro
Instituto Intervalo / Comunidade Moura Brasil

16. Samara e Silva Amaral Ribeiro
Guarda Municipal – Pronasci – Ponto de memória

17. Francisca Sena
Adelco

18. Francisco José Ribeiro de Abreu
Instituto Histórico da Polícia Militar – Ecomunam

19. Rusty de Castro Sá Barreto
Ecomunam – Eco-Museu Natural do Mangue

20. Francisco Oliveira
MIS – SECULT

21. Alberto Cukier
Representando os Tremembé

22. Everthon Damasceno
Representando os Tremembé

23. Francisco Leandro Costa
Memorial da Paróquia de Santana do Acaraú

24. Maria Socorro dos Santos
Museu de Senhora Sant'Ana

25. Micheli da Silva Abrosio
Museu Potygatapuya

26. Jose Guilherme de Sousa
Colonia Z8 de Pescadores – Mucuripe, Fortal.

27. Eliane Alves Sabino
Museu indígena Jenipapo – Kanidé

28. Heraldo Alves
Museu indígena Jenipapo - Kanindé

29. Cicero Pereira
Kanidé de Aratura – Museu dos Kanindé

30. Thiago Schead de Sousa
Associação de moradores do Titanzinho

31. Luis de Sousa
Associação de moradores do Titanzinho

32. Ricardo M. Arruda
Projeto Resgate – Ponta Grossa

33. Francisco Oliveira Rocha
Ponto de Memória do Grande Bom Jardim

34. Francisco Márcio
Prainha do Canto Verde

35. Ana Ariel Vidal de Lima
Prainha do Canto Verde

36. Kaio Ribeiro
Prainha do Canto Verde

37. Josué Pereira Crispim
Ponta Grossa

38. Lireida Maria Albuquerque
Barbalha / URCA

39. Antônio Igor Dantas Cardoso
Centro Pró-Memória de Barbalha

40. Maria Aparecida da Rocha
Tapeba ( Memorial Cacique Perna-de-Pau )

sábado, 22 de outubro de 2011

DIÁRIO DE BORDO - REUNIÃO PARA A ARTICULAÇÃO DA REDE CEARENSE DE MUSEUS COMUNITÁRIOS - FORTALEZA

Fortaleza, 21 de Outubro de 2011

Parti de sobral as 07 horas e 45 minutos. Nosso caminho foi a desafiadora BR 222, com trechos cheios de "remendos" no asfalto, alguns outros com trechos ainda sem asfalto e outros com buracos que são verdadeiras armadilhas provocadoras de acidentes.
Nossa sorte: o motorista estava estagiando e em trechos nos quais podia "pesar o pé" não o fez por conta do olho do instrutor.
Cheguei as 13 horas e 30 minutos, razão pela qual não procurei pousada antes da reunião, indo direto ao Museu do Ceará.
Fomos recebidos por Alexandre Gomes e João Paulo Vieira,a quem havíamos conhecido na ocasião de uma visita a Almofala, na Escola de Educação difrenciada indígena Maria Venância. Os dois não se recordavam de mim, razão pela qual me apresentei e ao projeto que representava: Memorial da Paróquia de Nossa Senhora Sant'Ana.
Compareceram à reunião cerca de 40 representantes de experiências meuseais comunitárias do ceará, na sua grande maioria os das nações indígenas do Ceará que já desenvolvem ações museais do tipo.
O primeiro momento foi para a apresentação de cada uma das experiências e atores, o segundo de comunicação de alguns informes, o terceiro para a apresentação da proposta da Rede Cearense de Museus e o último momento para a apresentação dos últimos editais do IBRAM.
Após breve e feliz explanação de João Paulo Vieira a cerca da história dos Museus comunitários no mundo, no Brasil e no Ceará; Alexandre Gomes fez uma releitura da Carta convocatória dando-lhe um caráter de manifesto para, em seguida serem feitas as inscrições para o debate da plenária.
O resultado final do debate foram os seguintes encaminhamentos:
1) A CRIAÇÃO DE UM SITE QUE FACILITE A COMUNICAÇÃO E INTERLIGAÇÃO DA REDE
2) A CRIAÇÃO DE UMA COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO COMPOSTA POR REPRESENTANTES DAS REGIÕES DO ESTADO ALI PRESENTES, SENDO O VALE DO ACARAÚ REPRESENTADO POR FRANCISCO LEANDRO COSTA.
3) UMA CARTA - MANIFESTO SOLICITANDO AO SECRETÁRIO DE CULTURA DO ESTADO O ENVIO, COM TODAS AS DESPESAS PAGAS, DO SENHOR JOÃO PAULO VIEIRA A JORNADA DE FORMAÇÃO EM MUSEOLOGIA COMUNITÁRIA EM SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL.

A próxima reunião foi agendada para o dia 9 de dezembro, ocasião onde se poderá organizar melhor o site da Rede, criar uma logomarca para a mesma, ouvir os repasses da Jornada de formação em Museologia Comunitária e consolidar a rede ainda mais.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

COMENTÁRIO SOBRE O PRIMEIRO CAPÍTULO DE O MUNICÍPIO DE SANTANA

No primeiro capítulo de o Município de Santana, o leitor deve observar conosco alguns detalhes pequenos e importantes para a compreensão da obra de José Mendes Pereira de Vasconcelos e seus companheiros: a frase do cabeçalho e outra frase do texto que nos indica que corrente historiográfica os mesmos utlizaram.
As frases do cabeçalho assim introduzem o leitor da época ao texto: "Ligeiros traços históricos e topográficos do município de Sant'Anna. Publicado no 'Município de sant'Anna' jornal que circulou por muito tempo naquella cidade."
Àqueles que hão de ler o livro atualmente precisamos explicar que, antes de ser publicado em livro por Dom José Tupinambá em 1926, O Município de Sant'Anna foi publicado em folhetins de 1882 a 1889 em jornal de mesmo nome que circulou na cidade.
O fato de ter sido publicado em folhetins se deve a formação intelectual de seu redator chefe, José Mendes Pereira, toda ela burilada em Recife, na faculdade de direito, em época de grande ascensão cultural e intelectual da mesma, onde não raras eram as associações literárias organizadas por alunos cearenses, cuja presença era marcante.
Mesmo depois que voltou de Recife, Dr. José Mendes recebeu forte influência, na época de deputado provincial, dos circulos sociais dos quais fazia parte em Fortaleza. Em um deles estava Dr. Carlos Studart Filho, grande historiador cearense.
A outra frase do primeiro capítulo é esta:"(...)o seu fim é DESCREVER com verdade os acontecimentos mais notáveis no Município, acompanhando-os de uma descrição topographica mais ou menos fiel."
Esta frase nos mostra que o autor segue uma corrente historiográfica em voga à época: a positivista. Não há em todo o texto a preocupação em problematizar ou discutir questões, mas em DESCREVER fatos da forma mais "imparcial" possível além do território da cidade, suas ruas e principais edificações.
O positivismo esteve presente em toda a formação de José Mendes em Recife como relatamos em outro artigo deste blog.
Neste primeiro capítulo os autores relatam a história da fundação da Capitania do Ceará com o fim de ligar fatos da história desta fundação à história de Santana do Acaraú.
Tratando das invasões holandesas, os autores de o município de Sant'Anna, apontam a guerra com a Holanda como a razão da migração, para o vale do Acaraú, dos primeiros indivíduos brancos que por aqui habitaram, num espaço de tempo de 1630 a 1654,oriundos da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
A ocupação do território que corresponderia ao da atual Santana do Acaraú parece, no entanto, ter ocorrido anos depois do período de tempo surgerido pelos autores supracitados.
Os dados que analisamos nos levam a crer que a ocupação deste, que posteriormente seria chamado de Santana do acaraú, se deu por conta da expansão da pecuária que, destruindo as sociedades indígenas, tomou a terra destas e se deu em duas fases: a primeira ou do absenteísmo, ocorrida entre mais ou menos entre 1680 e 1720; e a segunda fase ocorrida a partir de mais ou menos 1720.
A fase inicial carcterizou-se pelas primeiras lutas entre os colonos e os índios, os quais lutavam contra a expropriação de suas terras; e pelo fato de os fazendeiros não residirem diretamente nos sertões, ficando na Zona da Mata Açucareira de Pernambuco e Bahia, obtendo sesmarias e enviando seus vaqueiros para cuidar das mesmas e do gado que para estas enviavam.
Já a segunda fase teve como principais características: a instalação dos donos de fazenda com suas famílias no sertão (graças ao extermínio dos índios), á decadência da Zona da Mata Açucareira e à elevção de alguns vaqueiros à condição de proprietários, muito embora o absenteísmo não tenha sido totalmente abandonado por alguns fazendeiros.
Até agora, com os dados que dispomos, podemos dizer que a maioria dos indivíduos que ocuparam o território que mais tarde os mesmos, ou seus filhos, denominariam de Santana do Acaraú, foram pernambucanos que trouxeram seus gados pela rota do "Sertão de fora" cujo caminho iniciava pelo litoral, seguia pelo Rio Grande do Norte em direção ao Maranhão de onde os vaqueiros alcançavam o interior do Ceará.
A primeira sesmaria concedida no vale do Acaraú foi dada ao pernambucano Manoel de Góes e seus companheiros em 20 de setembro de 1683. Como era comum na época os sesmeiros oficializarem o pedido muitos anos após terem ocupado as terras, não se pode dizer com precisão se Manoel de Goés; o único a ocupar (ou a mandar ocupar) de fato as terras que lhe foram concedidas, chegou aqui nestas plagas precisamente nesta data.
Antônio Bezerra, em seu livro Notas de Viagem assim descreve como Manoel de Góes mediu as terras que conquistara:

"Conta-se que tendo plantado o primeiro marco no lugar Picada, a três léguas do mar, montara um excelente cavalo, e subindo rio acima, com uma ampulheta na mão, onde deu uma hora, sentou o segundo, que denominou de Marco do Serrote".
"Por êsse sitema mediu ainda nove léguas das vinte e uma que lhe pertenciam, colocando no fim de cada hora de viagem novos marcos,os quais são conhecidos sob os nomes de Marquinho, Marco, antônio, Miguel, Poço Branco, Espinhos, Estreito, Tucanos e Pau - Ferrado, com uma légua de largura para cada lado do rio".

Um fato que confirma isso é a expedição do também pernambucano Leonardo de Sá em 1697 que, segundo o Padre Sadoc Araújo,foi a primeira tentativa de colonização da Ribeira do Acaraú por meio da ocupação de terras inexploradas da sesmaria dos Góes. O dito capitão tinha a intenção de reconhecer o território que desejava pedir como sesmaria, além de "domar e civilizar" os aborígenes.
A sesmaria só foi concedida a Leonardo de Sá em 1702. Muitas das terras desta sesmaria passaram a seus herdeiros que durante toda a sua vida tiveram que lidar com litígios. Destas as que mais nos interessam são aquelas que foram herdadas por seu filho Sebastião de Sá: as que vendeu, juntamente com o filho Antonio de Sá, ao Padre e amigo pernambucano Antonio dos Santos da Silveira; e aquelas que lhe foram seqüestradas pelo governo como a fazenda Sapó, sobre a qual falaremos mais adiante.
Outro pernambucano de muita importância para a história santanense é o Capitão Antônio Coelho de Albuquerque,homem influente em toda a Ribeira do Acaraú,era natural do Cabo de Santo Agostinho, filho do português Pedro coelho Pinto ( Natural da Freguesia de São Martinho da Vila de Monte - mor - o - Velho) e da Pernambucana, da cidade de Goiana, Romualda Cavalcante de Albuquerque.
Foi o primitivo dono da fazenda Baía, hoje distrito de Santana do Acaraú. Não podemos precisar se chegou nesta região antes do século XVIII.Seu primeiro casamento ocorreu em 1745 e o segundo em 1769.Deixou numerosa prole, sendo por isso tronco de inúmeras famílias desta região. Dentre os seus filhos destaca-se José Mariano de Albuquerque Cavalcante que foi o 5º presidente da província do Ceará em 1831.
Filho do pernambucano Gonçalo Ferreira da Ponte (tronco das famílias Ferreira da Ponte e Monte, falecido na ribeira do Acaraú aos 83 anos ), o Capitão Francisco Ferreira da Ponte, natural de Boa Vista, casou-se com Madalena de Sá no dia 20 de Setembro de 1738. Ela é uma das sete filhas do Pernambucano Manoel Vaz Carrasco. O Casal morou na Fazenda Curral Grande, hoje localidade pertencente ao Município de Santana.
Cláudio de Sá Amaral, filho de Antonio Henrique de Araújo e Joana de Abreu Quaresma, naturais do Rio Grande do Norte, casou-se com Maria da Cunha no dia 2 de Fevereiro de 1741.
Comprando terras do Padre Antônio dos Santos da Silveira em 1751, nelas residiu. Estas correspondem ao atual território da cidade de Santana.
Nascido na Paraíba em 1692, Cosme Frazão de Figueroa veio residir na fazenda Sapó. Ele é pai de Teresa de Jesus Vasconcelos que, das terceiras núpcias com João Carneiro da Costa, deu origem aos numerosos membros da família Carneiro desta região.
Pelo exposto, vê-se que a ocupção do território que corresponderia ao do municípo de Santana do Acaraú, deu - se em função das entradas do gado pelos sertões em fins do século XVII e meados do século XVIII. Esta é a razão pela qual pede sesmaria Manoel de Góes e seus companheiros, conforme pode observar aquele que se detiver a ler o documento de petição.
José Mendes, ao fazer referência aos indivíduos brancos oriundos da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco como primeiros povoadores do vale do Acaraú, silencia sobre a existência de indígenas na região, neste capítulo, vindo a referi-los, em capítulo que em breve transcreveremos,como bárbaros e selvagens.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DIÁRIO DE BORDO - BELA CRUZ: VISITA A VICENTE FREITAS E AO MUSEU EMÍLIO FONTELES

DENTRE SEUS OBJETIVOS, O MEMORIAL DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA SANTANA, TEM O DE SER UM ESPAÇO QUE PROMOVA A MÚTUA COOPERAÇÃO ENTRE OS DIVERSOS ATORES SOCIAIS DO MÉDIO E BAIXO VALE DO ACARAÚ QUE LUTAM PELA CAUSA DA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA, CULTURA E HISTÓRIA DE SUAS CIDADES.
PARA TANTO, TEMOS BUSCADO ESTREITAR LAÇOS COM ESTES COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS DE LUTA.


Bela Cruz, 12 de Outubro de 2011

Parti de Santana do Acaraú às 6 horas da manhã, temendo não chegar à Bela Cruz no horário que havia acordado com o atencioso senhor João da Secretaria de Cultura de Bela Cruz para visitar o Museu Emílio Fonteles.
Não tendo outro contato do professor Vicente Freitas além daquele da rede social facebook, busquei saber do Professor Plauto Araújo pontos de referência que me levassem á casa de Vicente Freitas. Além do intuito de conhecer o Museu, viajei com a intenção de conhecer Vicente Freitas.
Cheguei à Bela Cruz, terra amada do fundador de nosso Memorial às 7 horas e 30 minutos, tempo menor do que aquele que eu calculei, hora não muito própria para visitas.
"Puxando pela memória", localizei o Museu Emílio Fonteles que, estava situado no mesmo local que eu lembrava quando fui à Bela Cruz para deixar meu parco currículo de enfermeiro na secretaria de Saúde.

Dispondo de uma hora e meia antes daquela maracada para a visita ao Museu, com os pontos "cardeais" que me foram dados, emprrendi a busca pela casa do professor Vicente Freitas.
Como temia, chegamos ainda em ocasião na qual a família tomava os primeiros cuidados matinais para a lida de mais um dia. Porém fomos muito bem recebidos e minha figura, antes virtual tornou-se real, bem como a do professor vicente Freitas a mim também.
Em minha fala inicial pedi desculpas por ter chegado tão cedo e reforcei meu intuito de estreitar os laços da luta pela preservação dos patrimônios locais na região.
Vicente Freitas, em sua fala, partilhou-nos sua trajetória e os rendosos frutos desta como a publicação de seu livro Bela Cruz, Biografia do Município (cujo link de acesso virtual os nobres leitores poderão acessar no final deste texto) e o seu riquíssimo e raro acervo bibliográfico, de livros que nunca sonhávamos conhecer, como o da poetisa Dinorah Ramos onde reuniu as poesias de seu tio Antônio Tomás.
Terminado este primeiro momento de visita fomos ao Museu Emílio Fonteles. Lá fomos recebidos pela senhora Aurinélia que, gentilmente, nos abriu o Museu apesar de ser dia Santo.
A casa onde está situado ainda mantém muito de seus traços originais e o acervo, constituído em grande parte por utensílios do cotidiano das famílias, do comércio,dos serviços públicos, com uma sala que homenageia Monsenhor Odécio; é pequeno para o espaço da casa.
PRIMEIRA SALA DO MUSEU EMÍLIO FONTELES

O Museu existe desde 1999, passou por duas sedes anteriores, por um período onde ficou fechado, estando hoje aberto nos três turnos à visitação pública aos cuidados professores da rede municipal ali lotados para esse fim.


UTENSÍLOS DA SEGUNDA SALA. DENTRE ELES ESTÃO: MOLDES PARA A FABRICAÇÃO DE DENTES DE OURO E UMA MÁQUINA DE DEBULHAR MILHO.

Muitos dos desafios do Museu Emílio Fonteles estão presentes também no Memorial da Paróquia de Nossa Senhora Santana como períodos alternados de grande número de visitas e períodos de quase nenhuma visita e a necessidade da capacitação de pessoas para a catalogação das peças museais.

PARAMENTOS DE MONSENHOR ODÉCIO EM SALA DO MUSEU DEDICADA À SUA MEMÓRIA

Findamos nossa visita conhecendo um acervo particular de objetos museais de um vizinho de Vicente Freitas. Contudo, a ausência momentânea do dono não possibilitou conhecer melhor o mesmo.
Nos despedimos do professor Vicente Freitas agradecendo-lhe a generosidade com que nos recebeu e voltamos a Santana ainda mais cientes daquilo que suspeitávamos: o vale do Acaraú tem ainda muita história pra contar e precisa ser enxergado por aqueles que regem o destino dos bens culturais no País.
A Vicente Freitas e à equipe do Museu Emílio Fonteles nosso muitíssimo Obrigado. Esperamos que esse encontro seja o primeiro de muitos.
ACESSE A OBRA DE VICENTE FREITAS COLANDO ESTE LINK NA BARRA DE NAVEGAÇÃO LINK:http://www.agbook.com.br/authors/34319

domingo, 9 de outubro de 2011

AS CARAVELAS PASSAM

CAROS AMIGOS

AQUI PARTILHO COM VOCÊS UM VÍDEO QUE ESTÁ DIVIDIDO EM TRÊS PARTES. ESTE, A QUEM SE ABRIR Á MENSAGEM, MUDARÁ TOTALMENTE O PENSAMENTO QUE TEM SOBRE ÍNDIOS.
MUITOS ÍNDIOS CONVIVEM CONOSCO E NÃO SABEMOS. ÍNDIOS QUE NÃO TÊM VERGONHA DE SEREM ÍNDIOS!
ASSITA E MUDE SEU PENSAMENTO!







sexta-feira, 7 de outubro de 2011

MUNICÍPIO DE SANT'ANNA - CAPÍTULO I

A PARTIR DESTA DATA TRAREMOS AO LEITOR DESTE BLOG,CAPÍTULOS DO LIVRO O MUNICÍPIO DE SANTANA. MANTEREMOS O PORTUGUÊS ORIGINAL.
APÓS A TRANSCRIÇÃO DE CADA CAPÍTULO FAREMOS COMENTÁRIOS E APRESENTAREMOS AO LEITOR TEXTOS QUE APROFUNDARÃO O CONHECIMENTO DO TEXTO.

LIGEIROS TRAÇOS HISTÓRICOS E
TOPOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO DE SANTANA

PUBLICADO NO MUNICÍPIO DE SANTA'ANNA JORNAL QUE CIRCULOU
POR MUITO TEMPO NAQUELLA CIDADE


No meado do século 16º, quando a Capitania de Pernambuco, fundada por Duarte Coelho, em 1530, se fazia notar entre os principaes pontos das Colonias do Norte do Brasil, uma pequena parte do território do Ceará, notadamente a que se estendia pelo seu litoral, já era conhecida; concorrendo para isso as relações que entre si mantinhão aquella Capitania e a do Maranhão, fundada na mesma epocha.
Antes de prosseguir, duas palavras ao respeitavel publico: - Começando assim a historia do Municipio, declara o folhetinista que não entra no seu plano desenvolver a história da Provincia.

Se antes de entrar no seu proposito remonta-se a data anteriores, e relembra o nome de ilustres cavalheiros, que figura na história patria, teve em vistas a de que hora se occupa d'essas circumstancias, como precedentes a fim de que, conhecidos os factos, não desappareção aquellas no continuo perpassar dos tempos, e não passe a memoria destes sem a homenagem que lhes é devida.
Sendo pois este seu pensaemnto, desde já pede mil desculpas ao leitor por essa especie de digressão antecipada, e pellos erros que comemtter, rogando ao critico que o coadjuve, uma vez que o seu fim é descrever com verdade os acontecimentos mais notaveis no Municipio, acompanhando-os de uma descrição topographica mais ou menos fiel.

Dadas estas razões continuemos:
Fechado o círculo de ferro do seculo 16º, fertil em depredações contra os nacionaes do Brasil, appareceo na gerencia da Capitania de Pernambuco, como seu governador - Diogo de Menezes. Tinham cessado de alguma forma as luctas intestinas na sua administração; e no intuito de augmentar seus dominios, lembrou-se esse Governador do honrado cidadão - Martim Soares Moreno, que no posto de Tenente, exercia o comando interino da Fortaleza do Rio Grande do Norte, e o nomeou, em 1608, Capitão - Mor do Ceará.
Noemado, tratou Moreno de investir-se de seu cargo; e nesse pensamento partiu para o Ceará, a cujas plagas chegou no ano de 1609, com dois soldados e um capellão.
Desconhecidos lhe erão os costumes dos indios; e diversas hordas de barbaros habitavão aquellas immediações: Moreno, pois, levou algum tempo estudadndo as imediações destes e a natureza do sitio em que devia estabelecer-se; e em breve mostrou que seus esforços forão coroados de feliz resultado, porque em 1611, dois annos depois, lançou os primeiros fundamentos da Colonia Cearense, no logar ainda hoje conhecido como Villa - Velha.
Este acontecimento fixa a data mais importante do território cearense; d'ahi procedeo o desenvolvimento da Provincia.
O seu capitão Mór, perfeito patriota, era incansavel na defeza e vigilancia da Colonia nascente; em 1613, no designio de evitar o acontecimento dos Francezes, que invadião o Maranhão, esteve com forças expedicionariasna enseada do Jeriquaquara.
Muito teria ganho a nova Colonia, se porventura, tão cedo, não tivesse perdido a intervenção do seu Capitão - Mór. Estacinando Moreno no Jeriquaquara, alli recebeu ordens, e partio para o Maranhão, a fim de examinar o estado de defeza daquella Ilha, e concluída a sua missão, na volta viu-se obrigado a arribar às Antilhas, d'onde seguiu para Madrid.
Ficou, pois, substituindo - o no comando do Fortim do Ceará, que elle havia denominado - de Nossa senhora da Conceição do Amparo - Manuel de Brito Freire, depois substituido por estevão de Campos.
Erão já decorridos13 annos d'auzencia de Moreno, quando este em 1626, regressou ao Ceará.
Acontecimentos estraordinarios se haviam dado durante sua auzencia.
Em 1621, a Hollanda, no intuito de promover o enfraquecimento da Hespanha, creou uma Capitania Mercantil e de caracter bellicoso, que, fasendo o commercio por differentes Paizes, ultimamente invadio com suas forças quasi todo o Norte do Brasil, até mesm o o Ceará, sem enm uma importância naquelle tempo.
este facto, de que se originou o episódio mais importante da historia patria, motivou serias medidas por parte do conselho ultrmarino: Como um meio de evitar a pirataria Hollandeza, aquelle governo resolveo crear em 1626, um estado no Maranhão, separado do resto do Brasil, annexando-lhe o Ceará, e nomeou para seu governador gerala Francisco Coelho de Carvalho, que nesse mesmo anno, coincidindo com a chegada de Moreno, tomou posse no fortim do Amparo.
Moreno era um distincto cavalheiro; e a nuvem do desgosto que pertubou-lhe a alma, não poude offuscar-lhe os sentimentos de seu patriotismo.
Continuou, pois, no seu posto de commandante do fortim; e ajudadndo Jacaúna, irmão de Camarao, repellio nesse mesmo anno a duas tentativas de Piratas Hollandezes, Adberia, entrtanto, por suas antigas relções com o governo de Pernambuco, e, em 1631, indo para alli em socorro de Mathias de Albuquerque, deixou em su logar Domingos de Veiga Cabral, e desde então, não voltou mais ao Ceará.
Partindo Moreno, veiga Cabral teve de empenhar-se logo na luta tremenda, que lhe offereceram os holandeses, dispostos a conquistar o Ceará.
A resistêncai foi tenaz; e n'altura do gênio nacional!Mas, sendo desiguaes as forças, venceram os invasores, que apodrando-se do Fortim do Amparo em 1637, tiverão o litoral do Ceará sob seu domínio até o anno de 1644.
Foi nesta epocha que os indigenas que soffrião dos Hollandezes, animados pela revolta que se opreva no Maranhão, sorpreenderão e degolarão a guarnição do Amparo e dos fortes de Jeriquaquára e Camocim, desprendendo-se deste modo do governo Hollandez, cuja duração foi apenas de 7 annos, sempre de continuas guerrilhas!
Pernambuco, Parahyba e Rio Grande do Norte gemião a esse tempo sob o extermínio da guerra Hollandeza, que durou até 1654 24 anos a contar de 1630; e foi nesse período de guerra que as famílias fugindo às vexações de que eram victimas, tendo antes procurado os sertões vierão algumas dellas, estabelecer-se ao sol do Ceará, e outras do litoral, recebendo, por esse facto, o valle do Acarahú, os seus primeiros povoadores, procedentes destas três regiões.
Os Rios até esse anno - 1654, erão os unicos caminhos, que davão entrada ao interior do Paiz.
Martim Soares Moreno,pois, foi o fundadaor do Ceará, e portanto o Municipio de Sant'Anna jamais lhe poderá esquecer o nome. Se valiósos forão os seus serviços prestados na defesa do seu território, que por algum tempo amparou contra as tentativas hollandezas, naõ menos importantes forão os que prestou na luta travada com estas em Pernambuco.
Amante da Colonia que fundâra e alem disto conhecedor de grande parte do solo cearense, não se poupava para engrandece-la, e muito concorrerão para augmento de sua povoação as informaçãoes criteriosas, que a seu respeito manifestava nas grandes reuniões, à que asistia, entre os notáveis daquella capitania.
Em 1646, porem, quando o Ceará já se havia libertado do jugo Hollandez, publicando-se em Pernambuco uma ordem positiva vindo de Portugal, em que se determinava sua retirada da Capitania, durante a tregoa assentada com a Holanda, desgostoso, Moreno abraçou seus antigos companheiros de luta - João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias, Camamrão e Jacaúna, e poucos Dias depois dessa ordem, partio para Lisboa, aonde dormiu o sono fatal do esquecimento, em que na maioria dos casos, repousão as almas nobres e desinteressadas!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

INSCRIÇÕES RUPESTRES DO SERROTE DA ROLA - CAPÍTULO II


Não se pode ainda precisar quando o povo santanense identificou em seu território as inscrições rupestres do Serrote da Rola. Muito menos ainda se sabe de que período elas são e quantos milênios de história elas contam.
Fato mais curioso ainda é que os meninos de hoje continuam a se aventurar pelas veredas do Serrote da Rola para ver de perto a Pedra do letreiro e deixar ali também suas marcas, num desejo inconsciente de se eternizar, assim como o seus antepassados. Isto pode ser observado pelas inúmeras pixações e rabiscos presentes no painel das inscrições, que só não são maiores graças a vigilância dos cabatões no verão e a dificuldade de chegar que o mato impõe no inverno.

Passear pelas trilhas do Serrote é uma diversão antiga. Ouvimos muitas memórias.
Meu pai, José Cirineu costa, conta que, em seu tempo de menino, enveredava pelas trilhas do Serrote com os companheiros para caçar, colher caju (houve uma época em que os cajueirais do entorno do serrote era muito maiores), tomar banho nos olhos d'água, comer araçá, subir nas partes altas do Serrote para jogar lá de cima grandes pedras soltas e colher pedras de cor verde e violeta que eles achavam ser na época pedras preciosas.

PADRE ANTÔNIO TOMÁS ( 1º PRINCIPE DOS POETAS CEARENSES) EM UM PIC - NIC NO SERROTE DA ROLA

Pessoas que moram ainda nos arredores do Serrote contam, numa lenda, que as inscrições da pedra do letreiro foram feitas por homens do espaço e que ainda hoje, durante a noite, é possível ver luzes de várias cores no lugar onde fica o painel das inscrições. Ainda conforme a história, aqueles que conseguirem decifrar o que dizem as inscrições serão levados para morar com estes "homens do espaço".

PEDRA DA IGREJA


Outra lenda afirma que os que conseguirem decifrar o que dizem as inscrições, devem pronunciar as palavras encantadas para que a pedra da igreja, vizinha à pedra do leteiro, se abra e dê acesso a um grande tesouro.
A primeira notícia oficial das inscrições do Serrote da Rola que conhecemos foi dada pelo artigo de João Franklin de Alencar Nogueira em artigo publicado pela Revista do Instituo do Ceará em 1901.
No governo Municipal do Prefeito José Ari Fonteles, o então Secretário de cultura Audifax Rios, trouxe uma equipe da Universidade Federal do Ceará que ali realizou uma prospecção da qual nenhum resultado se conhece.

DOUTORA MARCÉLIA MARQUES NA OCASIÃO DA PROSPECÇÃO QUE REALIZOU NO SÍTIO DAS INSCRIÇÕES RUPESTRES DO SERROTE DA ROLA

No ano passado, a convite do Memorial da Paróquia, a doutora Marcélia Marques da UECE, realizou uma prospecção preliminar onde mediu o painel das inscrições, fotografou as inscrições e constatou que muitas delas já estão sofrendo sério desgaste pelos intemperismos físico, químico, biológico e "humano".
O programa Riquezas do Ceará gravado em Maio deste ano em Santana, documentou o estado de conservação das inscrições e, na ocasião, sendo entrevistado no local denunciei a ineficiência do órgão Federal responsável que, já tendo sido avisado por nós através de diversos e-mails, nunca os respondeu.

Neste ano, uma equipe da CHESF visitou também o sítio das inscrições rupestres da Pedra do letreiro, realizando ali também uma prospecção preliminar, numa primeira avaliação do território que ficará em volta daquele por onde passarão torres de transmissão de energia. Uma segunda visita está programada em data por nós ainda desconhecida.
Longe de quere ufanar-se dos contatos que já fez,dos amigos que de perto e de longe participam e participaram de sua causa, da bandeira em defesa do patrimônio que levanta e do grito que eleva no deserto de indiferenças, o Memorial da Paróquia de Nossa Senhora Santana quer estimular os ânimos adormecidos para que percebam que, com iniciativas pequenas e voluntárias, podemos ir fazendo diferença.
Preservar a pedra do letreiro é ter respeito pela história daqueles que chegaram milênios antes de nós e oferecer ás nossas crianças e jovens uma oportunidade de crescerem em autonomia.