segunda-feira, 20 de junho de 2011

UM TESTEMUNHO

Mesmo não sendo historiador, me permitirei, como cidadão, fazer uma crítica ao modo de ensinar história no País a partir de minha vivência de ex aluno de ensino médio, onde estudava história para "passar de ano" e nunca para crescer na construção de uma identidade pessoal, regional e nacional; nunca para o desenvolvimento de um pensamento crítico, para crescer enquanto cidadão e em uma politização saudável (diferente da politicagem que ainda hoje é transmitida de geração em geração em nossas cidades de interior).
Passei a gostar de história quando esta me tocou, quando pude ser capaz de correlacioná-la com minha história de vida, com a história de meu município e de minha região, quando pude enxergar assuntos da disciplina história como: missões, sesmarias, partidos conservador e liberal,escravidão e abolição dentre outros bem próximos a mim em documentos relativos a Santana do Acaraú, na história dos casarões que ainda restam na cidade e nas memórias contadas pelos guardiões da história local.
Não ouso dizer que tal processo em mim está completo. Afinal, quem passou anos a fio nos bancos escolares a "engolir fatos" sem pensar sobre eles, sem ler suas entrelinhas, não aprenderá do dia para a noite esta nova competência. Contudo, posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que tenho a curiosidade por aprender que nunca tive em vários anos de escola.
Hoje vejo o rio da história a correr na rapidez da internet e dos telejornais. Vejo a história na minha profissão de enfermeiro quando muitas vezes tenho que estudar, por exemplo, SUS e a Reforma Sanitária, assuntos que estão dentro de um dos meomentos mais dolorosos do Brasil: a redemocratização.
No cotidiano fico me perguntando, ao observar as relações profissionais de submissão a que muitas vezes as pessoas se submetem e os vícios da maquina admnistrativa cujo maior critério de escolha é a indicação político paritdária; que deciões tomadas ao longo da história nos conduziu a este estado de coisas.
Diante do exercício que vou fazendo, fico me perguntando a quantas andará a formação da cabeça da juventude, ainda tão fixada na aprovação para o vestibular, para o ENEM, absorvendo informações na velociddade da ineternet e dos telejornais sensacionalistas ou mesmo ignorando tal conhecimento, vivendo na alienação do "pão e circo" modernos dos forrós sem letra e sem mensagem que lhes acrescentem algo para a vida.
Neste deserto, no entanto, fico alegre ao me deparar com pessoas de minha cidade e de minha região que estão abraçando a causa da memória para a construção de cidadãos e de uma nova maneira de estudar história como dona Maria do Senhor Luís Júnior, da localidade do Sapó, que no dia 26 de Junho próximo, junto com seus familiares vai inaugurar um Memorial em homenagem ao seu falecido esposo Luís Júnior: educador pioneiro, missionário, repentista, cordelista e ex vereador.
Vejo com alegria na escuridão horrenda dos fenômenos da alienação do capitalismo luzes como do grupo de teatro face a face ( todo ele composto por jovens) de Santana do Acaraú que ano passado encarou e venceu o desafio de fazer ( com pouquíssimos apoios) um filme para denunciar a falta de projetos de conservação para a área do Serrote da Rola e para a proteção das inscrições rupestres que ali existem.
Tais exemplos e muitos outros, nos mostram qua a paciência histórica ainda vale a pena ser exercitada e ensinam que devemos desconstruir o "desespero moda sécuilo XXI" (parafraseando o cantor Belchior)e que não devemos acreditar em soluções ultra - rápidas.
Caminhando neste trilho, doravante, faremos o exercício a que nos propusemos, nas próximas postagens e desejamos contar com as sugestões daqueles que lêem nossas postagens, com suas críticas e com a partilha de suas experiências.

domingo, 5 de junho de 2011

PAISAGENS SANTANENSES

NÃO, NÃO É ASFALTO! AQUI A NATUREZA CRIOU UM CAMINHO NATURAL QUE CONDUZ AOS PAINÉIS DE INSCRIÇÕES RUPESTRES - SERROTE DA ROLA SANTANA DO ACARAÚ - CEARÁ


NO HORIZONTE MAIS DISTANTE AS SERRAS DE ITAPAJÉ


ESTA PAISAGEM É VISTA DO CAMINHO QUE DÁ ACESSO A UMA DAS EXTREMIDADES DO SERROTE DA ROLA. AS PRÓXIMAS FOTOS SÃO TRÊS ÂNGULOS DESTA PAISAGEM





quarta-feira, 1 de junho de 2011

DATAS E FATOS IMPORTANTES PARA A HISTÓRIA DE SANTANA DO ACARAÚ.


25 DE JULHO DE 1583 (SEXTA-FEIRA): Nasce Frei Cristóvão de Lisboa, cujo nome de batismo é Cristóvão Severim de Faria. Este era o terceiro filho do executor – mor Gaspar Gil Severim e de sua mulher Juliana de Faria.
7 DE MAIO DE 1623 (QUINTA): O Capítulo provincial de Lisboa confirma a nomeação de Frei Cristóvão de Lisboa para Custódio da Missão Franciscana do Maranhão.
25 DE MARÇO DE 1624 (SEXTA-FEIRA): Frei Cristóvão de Lisboa com dez confrades partem, no mesmo navio da comitiva do novo governador do Maranhão Francisco Coelho de Carvalho.
4 DE MAIO DE 1624 (QUARTA – FEIRA): Frei Cristóvão de Lisboa e Francisco Coelho de Carvalho chegam a Olinda com suas respectivas comitivas.
13 DE MAIO DE 1626 (DOMINGO): Frei Cristóvão de Lisboa parte de São Luís do Maranhão em direção ao Fortim do Amparo.
13 DE JUNHO DE 1626 (QUINTA): Frei Cristóvão de Lisboa chega ao Serrote da Rola onde, abrindo o baú das imagens, encontra intacta a de Santa Ana.
Acreditando ser este um sinal de que Santa Ana o protegera e à sua comitiva da perseguição dos índios, deixa escrito em uma carta uma promessa de erigir ali uma capela em honra a Santa.
21 DE JUNHO DE 1626 (QUINTA): Nasce a índia Messejana, filha de Diogo Camarão e neta de Jacaúna, um dos fiéis companheiros de luta de Martins Soares Moreno que, inclusive, foi padrinho da referida índia.
Esta tem importância para a história santanense por ter sido a guardiã da carta de Frei Cristóvão de Lisboa (que lhe foi confiada pelo avô) onde o mesmo prometia a Santa Ana (madrinha de Messejana) construir uma capela no Serrote da Rola, local onde escapou da perseguição dos índios Tapuias.
1630 a 1654: período das invasões Holandesas: Nesta época, segundo o livro O Município de Santana, que muitas famílias de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, fugindo dos embates desta invasão, vieram estabelecer-se no vale do Acaraú.
1674: Os índios Areriús sofrem fortíssima guerra ao tempo de Bento Correa. Nesta muitos morreram, alguns foram reduzidos e seus filhos e mulheres levados ao cativeiro.
23 DE SETEMBRO DE 1683 (SEGUNDA - FEIRA): Concessão de sesmaria a Manoel de Góes e companheiros no Rio Acaraú.
1713 a 1715: Explode uma rebelião, muito bem articulada, de indígenas por quase toda a capitania do Ceará. Inicia-se com o ataque dos Paiacus, Anacés e Jaguaribaras a Vila de Aquirás, descendo para o vale do Acaraú onde os Areriús e os Tremembé forçam a migração de muitas famílias para a Ibiapaba.
21 DE NOVEMBRO DE 1728 (SEGUNDA-FEIRA): É nomeado pela coroa portuguesa para ouvidor do Ceará Antônio Loureiro de Medeiros. Este fora Juiz de Fora de Castelo Novo. Sua posse se deu a Cinco de Junho de 1729 (Segunda-Feira).
O nome do segundo Ouvidor do Ceará é importante para a história de Santana do Acaraú porque foi a este que a índia Messejana entregou o manuscrito de Frei Cristóvão de Lisboa contendo a promessa feita a Santa Ana de construir-lhe uma capela.
Este, negando-se a entregar o cargo depois de deposto, deu origem a uma serie de questões, de prisões e prejuízos que estão contidos em um capítulo importante da história santanense.


21 DE JUNHO DE 1729 (DOMINGO): dia em que, segundo o livro O Município de Santana, a índia Messejana entrega ao Ouvidor Loureiro a carta de Frei Cristóvão de Lisboa, às margens da Lagoa Encantada em Aquiraz.