terça-feira, 15 de junho de 2010
"SAUDOSA MALOCA, MALOCA QUERIDA.."
Santana do Acaraú, berço de ilustres homens, nascida de uma promessa à santa Ana, sonhada como berço pelos indivíduos que, por primeiro se instalaram nos arredores da Capelinha que deu origem à Matriz, para suas futuras gerações; está assistindo a uma rápida devastação do patrimônio arquitetônico que poderia contar a história da evolução da "pólis" santanense.
Onde está o Palacete de bronze, primeira câmara de vereadores? Onde está o Casario da rua João Cordeiro, hoje só conhecido a muito custo nas fotos da década de 30 do século passado? Que foi feito do Pavilhão do Congresso de 1948? Onde está a Casa de Caridade construida pelo venerável Padre Ibiapina? etc e etc...
Estamos "saindo lá pra fora pra apreciar a demolição" do que ainda resta e alguns de nós não estamos conformados.
Parabenizamos a iniciativa da Paróquia que a anos atrás reformou o sobrado Padre Arakén e a casa Paroquial (ainda que modificando seus interiores e restaurando suas fachadas), e restaurou a Matriz.
Louvamos a iniciativa da família Alves que restaurou a Casa de seus patriarcas: O Solar dos Alves.
Somos felizes pela iniciativa de Audifax Rios que, reformando o Antigo Salão paroquial e Cartório de seu pai, trouxe para aquela casa elementos arquitetônicos que os santanenses eliminaram ao longo do tempo como gesto de um passo para a "modernidade"!
Gratos às Reiligiosas Filhas de Sant'Ana que, embora fazendo uma reforma interna muito preservaram do casarão que ainda hoje abriga o patronato Santana.
Igual menção honrosa mrecem a família Lopes e tanta outras que restauraram e preservam as fachadas e/ou interiores originais de suas casas.
Nos perguntamos: que futuro terá a casa mais velha da Cidade: o sobrado localizado na Avenida São João, apelidado de Jaburu e cenário de cenas do Filme "o Guerreiro Alumioso" de Rosemberg Cariri? Como será feita a reforma da Cadeia pública, prédio do século XIX? Como será feita a reforma do Mercado público, também da mesma época?
Quem terá culpa nesta história? Quem terá razão? A meu ver todos nós e ao mesmo tempo ninguém! Para que o patrimônio já apagado tivesse sido preservado, teria sido necessário, iniciar anos atrás, um movimento de educação para a conservação. Só conservamos o que conhecemos e apreciamos!
Este movimento de educação precisa ser iniciado com urgência e, se o fizermos, já estaremos fazendo tarde ( melhor do que nunca!) para preservarmos o que ainda resta!
Não se trata de um saudosismo vão, nem de um pensamento retrógrado ou anacrônico, mas de uma busca ou resgate de uma identidade que passa pela cultura material, meio pelo qual os elementos da identidade são comunicados.
Fomos informados que em setembro a Lei orgânica do Município será reformulada. Este é o momento de contemplar os patrimônios Material e imaterial de Santana, de garantir às futuras gerações um arcabouço legal para a preservação de sua identidade!
Se tal movimento não começar e for levado adiante correremos o risco de cantar aquele refrão dorido, saudoso e cheio de remorso: "saudosa maloca, maloca querida onde juntos nós passemos os melhores dias de nossas vidas"!
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Esta é a triste realidade de nossas cidades, chega o progresso e com ele a destruição de nossa memória e patrimônio histórico-cultural.
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