domingo, 10 de julho de 2011

FREI CRISTÓVÃO DE LISBOA - CAPÍTULO III: A VIAGEM MISSIONÁRIA DE 1626

Da primeira viagem missionária ao Ceará a comitiva de Frei Cristóvão seguiu para o Maranhão onde chegou a 6 de agosto de 1624.
Logo que chegou, vendo as péssimas condições do pequeno convento dos capuchinhos franceses, tratou logo de mandar construir um novo convento, muito mais espaçoso, que seria o centro das futuras missões do Maranhão.
Terminadas as obras do convento, realizadas tantas outras obras espirituais no Maranhão, Frei Cristóvão empreendeu viagens missionárias para, em outras áreas de sua circunscrição eclesiástica, prover as almas do pasto espiritual necessário.
A que nos interessa para a história de Santana do Acaraú é a de 1626, onde Frei Cristóvão partiu de São Luís com destino ao Fortim do Amparo.
Segundo Willeke, após chegar da viagem missionária ao Pará e após visitas missionárias na cidade de São Luís, Frei Cristóvão embarcou com os irmãos em duas canoas rumo ao Fortim do Amparo em Fortaleza. Estando, porém, o mar bravo depois da barra do rio Periá, o frade decidiu prosseguir a viagem por terra.
Após 35 dias de viagem, em vésperas do dia de São João, a comitiva foi atacada por cerca de 90 índios que se apoderaram de sua bagagem e os ameaçaram de morte. Tal fato só não se consumou graças a resistência oferecida por alguns soldados e quinze índios da comitiva que a todos defenderam apesar do saldo de três deles mortos e dois padres feridos: Frei João da Cruz e um sacerdote secular.
Frei Vicente do Salvador, em seu livro História do Brasil, relata que esta comitiva missionária chegou no dia 25 de Junho de 1626 a Fortaleza após dias de penosa e extenuante viagem.
No livro o Município de Santana so autores transcreveram uma carta que dizem ser de Frei Cristóvão e que relata com mais detalhes esta viagem. Como o livro foi escrito em folhetins de 1882 a 1884 e só depois os folhetins foram reunidos em um livro em 1926 por Dom José Tupinambá da Frota, não há citação da fonte de onde foi retirada a tal carta.
Luísa da Fonseca, em introdução à edição de História dos Animais e Árvores do Maranhão publicada pela Universidade Federal do Paraná, refere-se a uma carta de Frei Cristóvão a Frei Antônio da Merceana cujo relato achamos muito parecido com o da carta a que nos referimos acima:
A carta ao padre Frei Antônio da Merceana é toda cheia de queixas contra os que se opunham à sua actuação. Nesta descreve dois recontros com os índios tapuias e os trabalhos que passaram de fome de sede, perdidos no caminho, andando um mês e seis dias e morrendo mais nove pessoas de sua companhia. Refere-se também a um recontro com os índios Tremembez
A descrição do tempo da viagem é o mesmo de outras fontes, contudo, só poderíamos ter certeza se a carta transcrita em o Município de Sant'Anna é a que foi destinada a Frei antõnio da Merceana se tivésemos fontes mais aprofundadas ou contato com o original.
Na próxima postagem transcreveremos a carta que se encontra no livro O Município de Sant'Anna.

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